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O oxigênio não é sinal decisivo de vida em exoplanetas habitáveis

Pode ter origem abiótica

A atmosfera terrestre contém oxigênio porque as plantas o produzem continuamente mediante a fotossíntese. Este fornecimento de oxigênio permite que as formas de vida como os animais prosperem.

Desta forma, se tem pensado que o oxigênio é um biomarcador essencial para elucidar que planetas extrassolares podem abrigar vida. Mas agora, Norio Narita do Centro de Astrobiologia dos Institutos Nacionais de Ciências Naturais (NINS) do Japão, e Shigeyuki Masaoka, do Instituto de Ciência Molecular do mesmo organismo, tem apresentado a nova hipótese de que os planetas poderiam abrigar amplas quantidades de oxigênio abiótico (produzido não biologicamente). O estudo foi publicado em 10 de Setembro na Scientific Reports.

Até agora, se pensava que se um planeta tem oxigênio deve significar que algumas formas de plantas produzem mediante fotossíntese. Em consequência se havia assumido que, na busca de sinais de vida em planetas extrassolares habitáveis (quando se utiliza o termo “habitável” refere-se à possibilidade de abrigar vida), a presença de oxigênio na atmosfera poderia considerar-se um biomarcador definitivo.

Entretanto, as reações químicas não biológicas podem afetar a composição atmosférica dos planetas extrassolares. Agora, a equipe de investigação dirigida por Narita tem demonstrado que o oxigênio abiótico, produzido pela reação fotocatalítica do óxido de titânio, abundante na superfície dos planetas terrestres, meteoritos e a na Lua no Sistema Solar, não pode ser desdenhado.

Para um planeta com o entorno similar ao sistema Sol-Terra, a reação fotocatalítica contínua de óxido de titânio em aproximadamente 0,05% da superfície planetária, poderia produzir a quantidade de oxigênio que se encontra na atmosfera atual da Terra. Por mais, a equipe estimou a quantidade de produção possível de oxigênio para planetas habitáveis ao redor de outros tipos de estrelas hospedeiras com diversas massas e temperaturas.

Encontraram inclusive que em caso menos eficiente de produção de oxigênio, em estrelas de baixa temperatura, uma reação fotocatalítica do óxido de titânio de aproximadamente 3% da superfície planetária poderia manter este nível de oxigênio atmosférico através de processos abióticos. Isso poderia manter uma atmosfera similar a da Terra com oxigênio, inclusive sem organismos para produzir a fotossíntese. Narita conclui que “para a busca de planetas extrassolares com vida mediante a observação astronômica, necessitamos combinar o conhecimento de diversos campos científicos e promover investigações de astrobiologia para estabelecer os sinais decisivos da vida. Embora o oxigênio é todavia uma das biomarcas possíveis, se faz necessário buscar novos biomarcadores.”

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